28 de nov. de 2010

O despertar para a filosofia, ou introdução à filosofia? [Juliomar Marque Silva]

Introdução à filosofia. Muitos textos, livros e até disciplinas de cursos na universidade trazem este título. A nossa primeira impressão é que a filosofia é algo outro fora de nós, algo que será apresentado à nós a partir de então, que seremos iniciados ou introduzido no meio filosófico. O que quero com isso é chamar a atenção para o “despertar” para a filosofia, esse deveria ser realmente o título, pois a filosofia não está fora de nós ela já é sempre inata ao homem.

A filosofia já sempre esteve em nós, o trabalho a ser feito é o de “procurá-la” e não o de sermos apresentados a ela. Será que as dúvidas do senso comum que tanto nos incomoda, como quando alguém nos diz algo que nos parecem ser no mínimo duvidoso, como por exemplo, a crença de que o mundo foi criado por Deus em sete dias e que surgimos no mundo a partir da costela de Adão, será que essa inquietação, esse incômodo no “juízo”, esse perguntar a si mesmo sobre questões do tipo já não seria uma maneira de filosofar? E as horas que perdemos admirando e discutindo sobre a capacidade humana de raciocinar e dizer sobre as coisas, e o desconforto que nos dá em pensar em questões em que nem a ciência e nem a religião conseguem explicar, de onde viemos? O que somos e para onde vamos? Pois, pra mim isso é filosofar...

Assim, já dizia Gilberto Gil numa de suas músicas; “pensamento, mesmo fundamento singular do ser humano” e também Descartes, no começo do Discurso do Método; “A razão e o bom senso são as coisas mais bem partilhada entre os homens”. Será que Descartes ouviu Gilberto Gil? Ou será que Gilberto Gil leu Descartes? O que acho é que a filosofia está aí, em cada um, pra ser despertada.


Por Juliomar Marques Silva


[Bianca Negrão]

" O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos."
( Rubem Alves )


Pensar no contexto da escola pública e toda sua conjuntura de defasagem e sucateamento, chega a nos desanimar nessa árdua caminhada da docência. Essas dificuldades não se restringem à escola tal ou às quatro paredes da sala de aula. São problemas intrísecos ao próprio desenvolvimento político e social que presenciamos, e a educação pública é reflexo disso. Mas ao nos concentrarmos na crítica do aparelho público e sua gestão, por vezes, corremos o risco de esquecermos dos componentes vivos que mantem o sonho em dia.
Estudantes, que apesar de todas as dificuldades pessoais comparecem às aulas ávidos pelo acalento do sonho de "ter um futuro" melhor; os professores, que são verdadeiros guerreiros do amor, quando dedicam até mesmo suas supostas horas de descanço pensando em atividades que consigam transpor o amor à educação que carregam dentro de si; os funcionários, que apesar da falta de reconhecimento da importância do seu trabalho, o fazem com todo carinho e dedicação, todos os dias.
Enfim, ao retiramos o foco das críticas possíveis , nos deparamos com outra realidade: a do AMOR.
Amor sim, à vida! E viver é aprender...
Quando adentro os corredosres da escola, é como se minha fé se renovasse ao ver que essa escola está VIVA e PULSANDO. Pulsando sonhos, expectativas, ações afirmativas e sorrisos.
Hoje, como iniciante à docência, sinto um enorme prazer em perceber que aos poucos, eu também começo a fazer parte desse organismo vivo, e não mais como mera expectadora, mas como personagem dessa nova história que se monta.
Quero morrer acreditando que o amor pode mudar, que a educação é mais do que ensinar e que o futuro é a gente que faz!

Fica assim minha homenagem e agradecimento a todos aqueles que me deram às mãos nessa jornada, e que todos os dias me mostram que JUNTOS PODEMOS BEM MAIS!

Vida longa ao PIBID DO AMOR - amor à filosofia, à arte, ao próximo e à nós mesmos!


Bianca Negrão

Aprendiz de professor [Ilmaci]

O aprendiz de professor é alguém que necessariamente precisa circular entre a academia e a escola. O Pibid-Filosofia é um projeto que permite ao aprendiz este trânsito através da atuação dos bolsistas nas escolas.

O Pibid-Filosofia oferece a nós, futuros professores, a oportunidade de fazermos reflexões e de nos inserirmos na realidade social educacional, contribuindo para a formação de nossa identidade docente.

O Pibid-Filosofia permite o contato do professor em formação com o professor do ensino médio, e isso contribui significativamente para a formação e para o desenvolvimento do exercício da educação filosófica, com responsabilidade e ética profissional e pessoal.

Para nós, futuros professores e aprendizes de educadores, o Pibid significa a oportunidade que temos, enquanto bolsistas, de atuar na prática docente, por exemplo, o trabalho de monitoria realizado nas escolas permite a participação nas atividades desenvolvidas pelos professores e com isso o estudante aprendiz pode pensar novos métodos, novas estratégias, por meio do uso de recursos pedagogicamente inovadores – tais como o cinema, a música, a literatura, o teatro - para trabalhar com a filosofia na sala de aula.

É imprescindível que nós, futuros professores, participemos da experiência integral do ano letivo da escola onde atuamos. Como estudante bolsista, vivencio esta experiência porque o Pibid-Filosofia me possibilita fazer a ponte entre a escola e a academia. Por isso, vai aqui o meu “muito obrigada” por participar deste programa.

Ilmaci

25 de nov. de 2010

II Workshop Pibid-Sociologia


[descrição da imagem: folder branco contendo informações do evento com letras pretas. Ao fundo, em cinza claro, com partes não alinhadas, os ícones que representam os sexos feminino ou masculino, respectivamente, estão lado a lado]


PROGRAMAÇÃO:
O QUÊ:
II Workshop Pibid-Sociologia

TEMA: Sexualidades e Educação

PARTICIPAÇÕES: Anelise Froes da Silva, UFSC
e Tereza Cristina Pereira Carvalho Fagundes, UNIFACS.

ONDE: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA, em Salvador.

QUANDO: 1º de dezembro de 2010, às 9horas

Os participantes inscritos terão direito a certificados. Faça sua inscrição. Vagas Limitadas!!

mais informações:
Blog Pibid-Sociologia: http://www.socialdefato.blogspot.com

Blog

Dica:
que tal dar uma olhada nesse blog sobre ensino da filosofia:

http://filescola.blogspot.com/


Por Suzane lopes.

II Seminário PIBID-UFBA


[descrição da imagem: folder apresenta com letras e partes coloridas as informações II Seminário PIBID-UFBA]


Valorização da docência: diálogo entre universidade e escola. Bolsistas mostram dados do segundo ano do PIBID-UFBA.

Nos dias 09, 10 e 11 de dezembro, ocorrerá o II Seminário do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da UFBA. O evento visa a socializar informações entre os licenciandos das diferentes áreas, apresentando as atividades realizadas no segundo ano de funcionamento do Programa em escolas públicas que firmaram parceria com a universidade.
O público-alvo é composto, especialmente, pelos alunos e professores da universidade, das escolas parceiras e demais interessados no tema.

Abertura: dia 09/12, no Salão Nobre da Reitoria, tendo como convidada a
Prof. Helena Freitas.

Participam do Programa 231 alunos bolsistas dos cursos Física, Química, Matemática, Biologia, Teatro, Dança, Música, Pedagogia, Educação do Campo, Filosofia, Sociologia, História, Geografia. Também foram contemplados como bolsistas 38 professores das escolas públicas parceiras e 17 professores da UFBA.

Maiores informações através do site: www.seminariopibid.ufba.br

sobre escolas e cisternas

[descrição da imagem: a imagem mostra de cima para baixo, o interior de uma torre branca, contornada em espiral por quadrados vazados, como janelas, cuja parte interna é alaranjada. no fundo, há um amontoado de carteiras e mesas escolares quebradas além de outros entulhos]

Há um sociólogo português, Rui Canário, que diz que a educação e os professores, hoje, estão no olho do furacão. Que a escola pública tem enfrentado desafios profundos todos sabemos. No caso da Bahia, caracterizada pelas heranças teóricas, políticas, sociais etc, claramente desvinculadas de motivações promotoras da superação dos velhos problemas que a assolam há tempos, mas que não conseguimos (quisemos?) resolver, creio, há outra metáfora que mais se aproxima da realidade escolar que vivenciamos: a contradição entre os discursos oficiais e as práticas cotidianas nos denunciam que estão desidratando a escola pública, soterrando-a com burocracias, entulhando-a com professores cansados, exauridos por uma carga horária sufocante, salários inadequados. Os educandos estão desmotivados, dizendo-se incompreendidos por currículos, programas e práticas que sentem como se fossem advindas de outra galáxia. E assim, aos poucos, a vida, a potência criativa das escolas está se esvaindo... Chego a pensar que querem transformar as escolas em um deserto.

Só que teimo em não ver a educação por este ângulo apenas: sabe aquela velha história de que o mundo começou em um jardim? Era um jardim em meio ao deserto...

Como uma pessoa que veio de lá do sertão, do meio da caatinga e que está se construindo como educadora também aqui, eu tenho a dizer que é possível sim sobrevivermos, apesar da aridez do solo; que faz toda diferença em casos assim adversos a forma como enfrentamos os desafios. Por isso meu velho amigo Euclides já dizia que, o sertanejo é, antes de tudo, um forte. penso que a nossa força, a força dos que não se entregaram nem se entregarão, está na capacidade de, gota a gota, ação após ação, permitir o fluir da vida dentro das escolas, estas que sentimos tão oprimidas.

Na minha cidade, onde chove pouquíssimo e as pessoas, o gado e a plantação morreriam de sede à espera da água que teima em não cair do céu, nós cavamos o chão, de onde brota a água, de que precisamos para continuar vivos.

Assim a escola tem se revelado: não somos nós os salvadores, está lá dentro a resposta. Está no coração daqueles meninos, das meninas, dos jovens, dos professores e professoras, dos funcionários e funcionárias...

Reforça a minha esperança participar de um grupo com pessoas tão dispostas a transformarem dificuldades em novos rumos...

Neste caminho trilhado a partir da intervenção do Pibid-Filosofia, como bolsista, tendo transitado pelas duas escolas escolhidas até aqui para nos ensinarem a ser docentes, neste processo de (trans)formação, de acumulo de saberes e práticas, fui recolhendo utensílios que julguei necessários para me auxiliarem, ferramentas... neste ano de trabalho, muita coisa mudou, estratégias, pensamentos, dificuldades, superações... a cada dia que passa, percebo que preciso de mais desses utensílios, procuro, experimento. No início foi um tanto quanto confuso. Agora está tudo claro: preciso de ferramentas para cavar uma cisterna!

texto: Adriany Thatcher


leia mais:
Euclides da Cunha aqui e aqui
Rui Canário aqui, aqui e aqui.

Uma criança de dois meses

Como um bebê, estou dando os primeiros passos, sentindo os primeiros aromas, encantado-me com as novas cores que se desenham e com os desafios que amedrontam qualquer criança.
Sou sim uma criança!
Criança que nasceu no meio de um carnaval, que tudo se movia, tudo acontecia e nada entendia.
Sou sim uma criança!
Criança de dois meses, que brinca com outras crianças de meses, de construir coletivamente castelos de areia e fazer de sonhos realidade.
Sou sim uma criança!
Criança de mãe severa e afável, que briga quando necessário. E ao nos presentear com um doce, arranca um sorriso puro dos nossos rostos.
Sou sim uma criança!
Que briga e se desentende com seu irmão, mas que no fundo, ama-o como sempre amou.
Sou sim uma criança!
Criança que nasceu já com vários irmãozinhos, de histórias e destinos diferentes, mas que juntos compõem um corpo, uma irmandade, que triunfa a cada dia só por ousar a caminhar.
Sou sim uma criança!
E com dois meses, já começo a caminhar, já começo a falar, já vejo o que não podia ver. E quando me assusto, estão lá meus irmãos, para me abraçar e me acudir até o mal passar.
Assim, acontecem meus primeiros passos falsos, que vão se firmando a cada dia. Segurando nos braços de meus irmãos, seguindo as orientações de nossa mãe, e ajudando a prosperar a geração da Família PIBID.

texto: Sávio Carvalho

24 de nov. de 2010

Cinema + Filosofia :Cine vivo

Nesse cinema+ filosofia vou dar dicas de filmes em cartaz.Espero que gostem!




Cine Vivo(Sala 1)


O Pequeno Nicolau(Lê Petit Nicolas):

De Laurent Tirard.FRA,09.1:30.Livre.com Máxime Godart.Nicolas é um garoto muito amado pelos pais,que leva uma vida tranquila.Até o dia em que começa a desconfiar que a mãe está grávida.Ele entra em desespero e já pensa no pior:ao nascer um irmão,eles deixarão de lhe dar atenção.Para espar de seu terrivel destino,o menino faz campanha para mostrar a seus pais o quanto é indispensável e acaba cometendo vários torpeços.Baseado na série francesa de historia em quadrinhos,do criador de Astérix et Obélix.LEGENDADO.

Diariamente ás 13:30


London River-Destinos Cruzados (Londos River)





De Rachid Bouchareb .ARG/FRA/ING,09.13:30.14 anos.Com Brenda Blethyn.Elisabeth assiste pela tv os atentados terroristas ocorridos em Londres e tenta falar com a filha,Jane,sem sucesso.Preocupada,ela vai até á policia e passa a pendurar panfletos de procura-se pela cidade.Um deles é pego por Ousmane,um senhor que está em busca do filho,que não vê há 15 anos.Ousmane tem uma foto onde seu filho está ao lado de Jane.Apesar da desconfiança inicial,eles se aproximam na dificil tarefa de percorrer a cidade em busca do paradeiro de ambos.

Diariamente ás 15:15

Valor do Ingresso:

Segunda,terça e quinta:R$16,00 e R$8,00

Quarta:R$14,00 e R$7,00

Sexta,Sábado,domingo e feriados:R$19,00 e R$9,50

Suzane Lopes

19 de nov. de 2010

Dia Mundial da Filosofia

Sabia que existe o dia mundial da Filosofia?

Pois existe, e foi instituído pela (ONU) Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e em todos os anos é comemorado na terceira quinta-feira do mês de novembro. Em 2010, o dia mundial da Filosofia foi dia 18 de novembro.

Segue mensagem divulgada no site da UNESCO por Irina Bokova, Diretora-Geral da UNESCO, sobre esse dia.

Todo ano o Dia Mundial da Filosofia representa uma oportunidade única de reunir a

comunidade filosófica internacional e estimular a reflexão sobre questões contemporâneas.

Segundo sua Constituição, a UNESCO se esforça para promover o livre pensamento e o diálogo por meio de suas atividades no campo de educação, cultura, ciência e comunicação. Como a defesa da paz deve ser construída na mente dos seres humanos, é nosso dever trabalhar para fortalecer essas mentes por meio do pensamento crítico e do entendimento mútuo.

Em 2010, o Dia Mundial da Filosofia também se inscreve no marco do Ano Internacional para a Aproximação das Culturas e, portanto, é revestido de suma importância. De fato, a filosofia ensina lições de diversidade por meio de suas múltiplas escolas de pensamento em todas as épocas e todos os continentes.

A complexidade dos problemas atuais nos convida a aproveitar essa riqueza para

construirmos nossa capacidade de analisar a realidade. A intensificação de todos os tipos de intercâmbio encerra uma grande promessa de oportunidades de compartilhar, mas também envolve o risco de mal-entendidos e tensão. É necessário redobrar os esforços coletivos para garantir a todos uma educação de qualidade e um ambiente favorável, onde cada homem e mulher possa expressar suas ideias e enriquecer o debate público, promovendo a justiça e a paz.

Para tanto, os organismos internacionais, especialmente a UNESCO, devem desempenhar um papel fundamental, como o apoio de todos os agentes acadêmicos, científicos e culturais e o envolvimento das universidades, da mídia, da sociedade civil e dos governos. A filosofia é uma das exigências de nossa época, e sua consolidação é um eixo primordial de meu compromisso com o novo humanismo.

Por ocasião deste Dia Mundial da Filosofia, a UNESCO reunirá filósofos, cidadãos ilustres ou pessoas simples, com mentes inquiridoras, em mesas redondas, conferências e simpósios para aprofundar nosso entendimento sobre as questões contemporâneas: Como podemos conciliar a universidade de valores e a diversidade de culturas? Qual o papel da filosofia na aproximação dos povos? Oitenta eventos internacionais serão realizados no mundo inteiro, com apoio de nossos parceiros, das Cátedras UNESCO, das Comissões Nacionais e redes de peritos, como a Rede Internacional de Mulheres Filósofas, para que este exercício de questionamento, que é o primeiro passo para a sabedoria, possa ser difundido ao máximo.


Saiba mais aqui (site da UNESCO no Brasil)




17 de nov. de 2010

Banquete Filosófico na semana da consciência negra no Manoel Novaes

O PIBID FILOSOFIA promoverá no Colégio Estadual Deputado Manoel Novaes a primeira edição do BANQUETE FILOSÓFICO. O Banquete é uma obra do filósofo Platão, em que os gregos se reuniram para falar sobre o Amor. Nessa primeira edição do Banquete Filosófico, a princípio, não falaremos de amor, mas sobre a nossa ancestralidade africana, em homenagem à semana da consciência negra. O PIBID FILOSOFIA UFBA realiza o evento trazendo para o colégio a presença do especialista em Filosofia Africana no Brasil, o professor Eduardo David Oliveira, da Faculdade de Educação da UFBA. Além disso, haverá exibição de vídeos e apresentações artísticas, com o objetivo de promover uma discussão filosófica sobre as nossas origens.




PROGRAMAÇÃO:

O QUÊ: Banquete Filosófico

TEMA: Ancestralidade Africana

ATRAÇÕES: Exibição de vídeos, presença do professor Eduardo Oliveira (FACED – UFBA) e apresentações artísticas.

ONDE: Auditório do Colégio Estadual Dep. Manoel Novaes (3° andar)

QUANDO: 19 de novembro de 2010, sexta-feira, 19 horas

TURNO: Noturno

PÚBLICO ALVO: Alunos do 1° e 2° ano, funcionários, professores do turno noturno e demais interessados

15 de nov. de 2010

Coisa linda...

Coisa linda é ver a Raquel e a Suzane no Manoel Novaes como bolsistas do Pibid-Filosofia. Por lá viveram os tempos inesquecíveis de uma doce juventude, tempo em que a colheita ocorre no mesmo tempo que a semeadura, pois há tanta vida, e tantos planos e sonhos entrelaçados aos corredores, às salas de aula, às escadas, ao pátio cheio de olhares e conversas.

Coisa linda é vê-las, agora, boas filhas que à casa tornam, para mostrar aos estudantes que o sonho é possível, que a escola é o caminho da vida com sentido e com gosto de futuro. Que injeção de ânimo que deve ter, para os estudantes do Maneco, saber que aquelas moças ali, bem diante deles, tão bem entrosadas numa iniciação à docência e vindas da universidade federal, estiveram no mesmo lugar em que eles estão! Que esperança saber que ali, na figura dessas moças, a universidade acena para eles como uma possibilidade!

Coisa linda é ver Suzane e Raquel em suas fotos, quando eram alunas no Manoel Novaes. Fotos que mostram um ponto, um dos começos da estrada que vem desde lá até aqui, ao pé dos lindos textos que elas postaram neste Blog. A estrada de suas vidas que vem dar mais vida ao nosso Pibid. Que bom seria se todos nós pudéssemos voltar às nossas escolas, aos mesmos corredores e pátios em que demos risadas gostosas e derramamos as lágrimas sentidas e pudéssemos dizer: aqui me fiz e aqui de novo estou, para mostrar com a filosofia que temos um futuro nas mãos...

Lamento profundamente a minha fala infeliz sobre o alegado vínculo meramente formal dos bolsistas às escolas em que atuam. Isso não é possível e nem desejável num programa como o nosso. Coisa linda é ver como a experiência de Raquel e de Suzane espalha benefícios e contribui para legitimar e dar sentido aos esforços de todos nós.


Sílvia.

13 de nov. de 2010

Quem é você?

Giorgio de Chirico,A Esfinge questionando Édipo,1966
Destino
Tenho medo
de
procurar
nos vazios
nos ocultos
nos achados e perdidos.
Por Suzane lopes

Vai rolar:

SEMANA da FILOSOFIA:

o que: Série de apresentações artísticas e culturais,abordando civilizações antigas,em comemoração do Dia internacional da Filosofia.

onde: Alameda Florença,n 108,Parque Julio Cesar,Pituba.Associação cultural Nova Acrópole.

quando: 25/11 e 26/11 ás 19h ;27/11 e 28/11 ás 17h.

quanto: de graça.

para maiores informações: 71 3354-4878



Por Suzane Lopes

12 de nov. de 2010

Paulo Leminski - Inutensílio


A filosofia se identifica com a arte porque ambas não têm utilidade. A poesia e a filosofia são inutensílios. São a finalidade de si próprias. São necessidade de expressão e pensamento. Elas não precisam ter porquê. São porque são!


Por Raquel Maciel

Ida ao teatro [Heitor de Oliveira]

Hoje, sexta-feira do dia 12 de novembro, eu, Suzane e Raquel levamos alguns alunos do Manoel Novaes para a peça ÉDIPO REI, uma adaptação do texto de Sófocles.

Senti uma felicidade grande quando uma das alunas disse que gostou da peça, sem que nenhum de nós perguntasse, fez isso espontaneamente, justamente a aluna que menos tem vontade de falar, como se falar lhe causasse dor ou cansaço. Ela falou e me deu fortes esperanças de um mundo mais humanizado

Isso também me diz do valor político e social da arte, arte é política não pelos seus conteúdos expressivos (não que estes também não sejam), mas enquanto liberação do uso do tempo, da alteração dos ritmos impostos pela racionalidade do trabalho, da elevação das exigências sociais, porque quem goza da cultura sabe que só comida não basta.

Gozar a arte é melhorar o padrão de vida, isso as elites sabem bem, e sentem que um menino da “favela” é mais perigoso quando tem um livro de Clarice Lispector nas mãos, ele começa a pensar que “é gente”, que tem direito de amar e viver melhor, num sentido mais rico que o gozo imediato das satisfações materiais do consumo.

Por isso agradeço a Suzane e a Raquel por terem a brilhante idéia de levar os alunos para a peça de hoje.

Por Heitor Reis de Oliveira

Precioso ‘S.O.E’ [Irlan Santos]

No cotidiano de um colégio público as coisas são bastante difíceis de vingar. Todos nós sabemos disso. Quando comecei a lecionar no ensino médio em 1998, minha incursão pelo mundo estudantil secundarista se deu no Colégio Estadual Anísio Teixeira, situado na Ladeira do Paiva. Ali lecionei a disciplina de Filosofia para os adolescentes no turno da manhã.

Ainda neste colégio existia uma professora encarregada do ‘Serviço de Atendimento ao Estudante’, o nosso extinto S.O.E., mas infelizmente, naquela época eu não tinha idéia da importância desse setor na vida do estudante.

O fato é que o S.O.E. foi extinto, radicalmente, das escolas públicas e nenhum outra iniciativa para acompanhamento do estudante foi colocada no seu lugar. Isso contribuiu para aumentar a demanda das atribuições do professor e a insatisfação de ambos, professores e alunos.

Quando programei a exibição do filme “Preciosa” e posteriormente o Colóquio que se seguiu, com o propósito de abordar o tema “Abuso sexual na infância e adolescência”, na perspectiva da psiquiatria, sabia que estava tratando de um tema delicado e difícil, porquanto do peso e da repugnância que os mesmos suscitam em nós. Percebia a importância e urgência de nossa comunidade em lidar com o tema.

exibição do filme "Preciosa"

A escolha do filme foi fruto de uma escuta atenta das questões emocionais vivenciadas pelos estudantes, cujo tema surgiu em diversos momentos, também pela relevância social e pela necessidade de fomentar nas pessoas uma atitude pró-ativa, contribuindo para tomada de decisões nas questões em que a denúncia e o enfrentamento se mostram estratégias mais eficazes e podem reduzir danos à saúde de muitas pessoas.

A exibição do filme foi seguida de um momento de interlocução com a profissional convidada e teve ampla participação dos alunos. Foi um momento rico, que teve desdobramentos nos dias posteriores a apresentação, fazendo com que houvesse uma reflexão critica e substanciada do tema.

Palestra sobre Abuso Sexual

Ao relatar estes fatos sobre a extinção do S.O.E., o impacto do filme “Preciosa”, o Colóquio e o feed-back dos alunos após tudo isso, quis trazer um questionamento sobre as limitações da prática docente atual, pois somos progressivamente solicitados a papéis outros, que podem fugir da função de docência ou sobrecarregar o docente com ações para as quais não está devidamente preparado, ou não dispõe de tempo hábil para fazê-lo. Sendo que, são questões que afetam direta e negativamente a relação aluno-aprendizagem. No entanto, tais circunstâncias difíceis não devem nos desanimar e diante delas, não podemos mais recuar....

11 de nov. de 2010

PIBID: Família





Um sonho dividido por muitos: REALIDADE

Suzane Lopes

"Uma escola iluminada pelo brilho dos que lutam"

Um amigo estava em dúvida e perguntou para o tempo quanto
tempo faltava para que todos aceitassem a filosofia sem preconceito.
O tempo respondeu dizendo: deixe o tempo agir, mas faça sua parte.
O tempo pode mudar tudo! Vocês são Odoricanos e já estão em busca desta mudança. Sigam...

A vida é uma escola.

Veridiana Conceição

Édipo Rei

Vamos,Vamos!!
Suzane lopes

Cine sophia

(Bastidores)



(Ilmaci,bibi e Deusdete na cozinha do Manoel Novaes)


(bibi e Deusdete com a mão na massa,quer dizer a mão na pipoca!)

(Depois de trabalhar)
Suzane Lopes

Good Bye Lenin


O quê: Ciclo de Cinema e Filosofia.

Onde:Livraria LDM - rua direita da Piedade,n 22.Próximo ao Banco do Brasil e a Secretaria de Segurança Pública.

Quando: quarta-feira 17 de novembro,ás 17:00 h.

Mais informações: 71 2101 - 8007 / eventos@livrariaunicampi.com.br

Participação: do Prof. José Crisóstomo de Souza (UFBA)

Entrada Franca



Suzane Lopes

ENEFIL


Mais informações no blog:




Suzane lopes




9 de nov. de 2010

Cinema + Filosofia:França

Gente na estréia do Cinema + filosofia ,vou começar com os cineastas franceses: O polêmico e provacador Jean-Luc Godard e meu querido e amado Claude Faraldo.


Do Godard que tal ver:

- Acossado

- Viver a vida

- Alphaville

- Pequeno soldado

- Carmem





Dica:Em Alphaville os personagens vão perdendo a voz,o domínio sobre as palavras.Quem controla tudo é o computador Alpha 60 ,o controle de tudo está na máquina.Quando a máquina fala,ningém fala,Alpha 60 não é um,nem outro,nem vários.O alpha 60 é uma presença universal e atemporal.É a voz roubada de todos.
Seria uma visão profética de Godard sobre um futuro não tão distante assim? Vamos pensar!



De Claude Faraldo que tal ver:


-Themroc

Dica:Themroc é um desses filmes de extremo,ou você ama ou odeia.Não existe meio termo.
Se na historia o homem passou por várias mudanças(climaticas,sociais,politicas,culturais) até chegar onde chegou.No filme o protagonista (não vou falar o nome dele hehe) vai fazer o caminho de volta,de homem vai retornar a ser bicho,mais não seria o homem um bicho?...
Abraços,
Suzane lopes

Convite especial:cinema + filosofia




Que tal essa combinação? heim.tudo a ver né!.Quero convidar a todos a entrar na linguagem visual e filosofar muito(muito mesmo!).Todo dia (não levem muito ao pé da letra) estaremos colocando uma dica de um filme,que junto com a filosofia vai fazer todo mundo refletir!



Bom filme!



Por Suzane lopes.
Arte:Raquel Maciel.

7 de nov. de 2010

Filosofia na Cozinha [Vera Mutti]



Na atualidade muito se tem falado sobre administração escolar. Discute-se meta, aplicabilidade de recursos, ações pedagógicas e principalmente planejamento. A administração escolar está moldada nos aspectos de administração de empresa, sendo esta, segundo suas características, baseada na lógica de mercado. Mesmo no setor educacional público, esta abordagem torna-se legítima, na medida em que seus gestores, sujeitos sociais, incorporam o movimento pragmático da sociedade. Desta forma, somos induzidos a nos aproveitar da imagem, do tempo e do espaço que convivemos. Nada pode ser perdido. Tudo é rápido fugaz e facilmente substituído.

A escola é um espaço físico, está situada em um contexto social próprio e é composta por pessoas imbuídas dos pressupostos desta sociedade. Como gerir esse espaço sem perder a perspectiva do educar? Que olhar devemos ter para ela no sentido de organismo vivo e pulsante das representações sociais? Como mediar à relação ensino/aprendizagem na perspectiva do sujeito inserido no mundo da velocidade?

Caminhado e escutando os espaços vivos da escola (corredores, salas de aula, sala de professores, direção, coordenação, biblioteca, cozinha...), percebendo suas relações, conflitos e necessidades, nos perguntamos: como colocar em prática nossas perspectivas, traçadas com tanta esperança e confiança no Plano de Trabalho do Bolsista do Pibid?

Foi partindo desta inquietação que chegamos à perspectiva administrativa abordada no inicio deste texto. Concluímos que precisávamos administrar aquilo que nos estava sendo exposto, ajustando nossos objetivos e buscando o ponto central a ser trabalhado. Resolvemos nos focar naquilo que consideramos de maior importância, motivo real da educação: o educando. É para este sujeito que todas as qualidades e deficiências da instituição apontam. Destarte, detectamos que somente através da interação com esse sujeito, da inserção em seus espaços e do diálogo poderíamos realmente pensar o espaço escolar como um espaço comunitário e de construção do saber.

O projeto Filosofia na Cozinha nasceu da análise dos espaços da escola. Na cozinha (na escola não tem um espaço que possa ser denominado refeitório) os estudantes se reúnem para a “merenda”, o bate-papo, o debate sobre as aulas, a feitura apressada dos trabalhos escolares, a risada e principalmente a alimentação. Lá encontramos a diversidade, as histórias de vida, a espontaneidade, a timidez e as expectativas de cada individuo em relação à escola. O nome Filosofia na Cozinha surgiu instantâneo à inerência do espaço ocupado. No entanto, não morre em si mesmo caracterizando um espaço como território único. Pretende, junto com a escola inquietante e que se movimenta, inquietar-se e movimentar-se com ela, construindo outros nomes e ocupando outros espaços.


O objetivo do projeto é construir relação de confiança, diálogo e aprendizagem com os estudantes, assim como, estabelecer integração com os funcionários e professores, na medida em que entendemos espaço comunitário como espaço de relações e reciprocidade. No caso do estudante, optamos pelo modelo de trabalho inicialmente elaborado por David Paul Ausubel, psicólogo da educação estadunidense, denominado “Aprendizagem Significativa” cujo objetivo é priorizar os conhecimentos e aprendizagens já elaboradas anteriormente pelo sujeito, no intuito de construir significado para o que se está aprendendo. No Brasil podemos destacar Paulo Freire como dialogante desse modelo de educação, estabelecendo, no entanto, um método próprio para trabalhar com a alfabetização de adultos.

Através de apresentação de curtas, previamente analisados, tentamos nos adequar ao cronograma da disciplina de Filosofia, trabalhando através da imagem e daquilo que o estudante visualiza nela, a concepção crítica da temática abordada. O estudante é incentivado a falar e/ou escrever suas percepções, a fazer ligação com sua realidade e estabelecer um parâmetro com o que está sendo trabalhado em sala de aula. Momentos temáticos também são aproveitados com objetivo de fazer a ligação com outros projetos da escola e dos bolsistas do Pibid.

Nesta medida, através da experiência adquirida com a proposta do projeto, pretendemos posteriormente tabular informações, produzir material escrito e visual, assim como, tomando como base a proposta do Pibid de “iniciação à docência”, testar novas formas para a prática docente, tomando como base os teóricos da educação e as abordagens filosóficas.


Por: Vera Lúcia Santos Mutti Malaquias




6 de nov. de 2010

Daquilo que vem de dentro:saudade.

Todos sabem que estudei no Manoel Novaes (digo todos, por que fico espalhando pelos quatro cantos do mundo o meu orgulho de ter estudado no Maneco).

Na época a vice-diretora era Norma Marinho (quem souber dela, por favor, me diga!) gostaria tanto de pedir desculpas...Não havia um dia em que meu ser, era chamado atenção, que era convidado a ficar na diretoria...
Eu era uma boa aluna (a titulo de informação, continuo sendo!), porém naquela época tinha uma energia tão grande, tão forte que não parava quieta. Coitado dos professores.

È bom que fique claro, apesar dos meus modos, todos os professores gostavam de mim!(não é gente? Digam que sim).

Fui líder de sala durante três anos (1ªB, 2ªA, 3ªI). Fiz grandes mudanças!Agora não lembro. Deixa pra depois.
Além da minha carreira diplomática, tive uma carreira artística (integrante do coral do colégio;não é pra qualquer um!).

Guardei muita coisa da época do colégio (farda, camisa de feira, algumas provas, atividades etc.).

Tem uma em especial, que gostaria de compartilhar com vocês:

No aniversário do Manoel, alguns professores pediram pra gente escrever alguma coisa, poesia, texto, música, sobre o colégio.

Não é grande coisa, olha o que escrevi:


Conheço um jovem
Sonhador,
Muitos o conhecem
Mora no centro
Pertinho do bom preço
Seu nome:
Manoel.


Suzane Lopes



( Resultado final de historia;Pró Raimunda no meio desse bando de doido)


(A turma toda na peça:Um homem de cor)


( No centro vestida de azul Norma,minha querida Norma)

5 de nov. de 2010

Resenha do livro "Exercícios Filosóficos" de Madeleine Arondel-Rohaut [Saulo Dourado]


Da série Resenhas dos Livros Didáticos de Filosofia presentes na Biblioteca do Colégio Estadual Dep. Manoel Novaes

-I-

Estamos em bons passos ao discutir se a disciplina de filosofia no 2º grau deve recorrer ao ensino da história dos seus pensadores, sistemas e conceitos ou se à separação em seus eixos, como, por exemplo, “ética”, “estética”, “política”. Entretanto, ao fazê-lo entre ensino histórico ou temático, esquecemos de um terceiro modo, mas não por descuido, pois, sem nomear qual seria ele, já o discutimos com base nos primeiros dois textos nossos de leitura e com a exposição, em especial, do colega Fabiano. Trata-se da possibilidade do ensino cognitivo* da filosofia, ou seja, de um ensino que esteja mais preocupado em apresentar recursos para a análise filosófica de argumentos do que propriamente insistir em conteúdos. Como sei que o assunto caminharia para outro texto, me limitarei apenas a dizer que o Exercícios Filosóficos da Profª Madeleine Arondel-Rohart se identifica com tal didática e, assim, apresentei de antemão a sua proposta.

O livro é resultado de uma experiência de vinte e cinco anos em sala de aula. Não possui bibliografia secundária; na última página só há os autores da tradição, citados para embasamento reflexivo em alguns tópicos. No prefácio existem apenas os pressupostos da obra, nenhuma filiação ou fonte direta. Pode parecer um ensaio à moda antiga, uma crítica ao modelo acadêmico ou mesmo um tipo de depoimento técnico, mas não necessariamente. A autora busca mais fazer do corpo do seu texto o mesmo campo de prática que lhe consistiu o entendimento do ensino da filosofia; traz as matrizes do seu trabalho, mas sem discuti-las ou querer-nos convencer delas em justaposição à outra. Não se preocupa em sustentar com rigor a base teórica, mostra o seu procedimento com exemplos, com os exercícios que promove em sala de aula, sem em nenhum momento citá-la.

Quais seriam estes exercícios filosóficos que dão, inclusive, título à obra? Basicamente a análise de enunciados e de perguntas isoladas, numa divisão de quatro capítulos, que procuram dar foco a determinado tipo de exame cada um, porém sempre mantendendo três fases de pensamento - análise, exame dos pressupostos e pistas de reflexão. A primeira fase, a análise, procura entender termo a termo o que está sendo dito, a segunda quais os sentindos por trás do enunciado ou da questão e o terceiro é a procura de uma conclusão possível para o trajeto de pensamento proposto. Outro ponto em comum nos capítulos é o desfecho Recapitulando, com os detalhes de bastidores do procedimento da autora e os cuidados para quem for pôr em prática os exercícios ao seu próprio modo.

O capítulo 1 é o “Sentido do Senso Comum. Evidências Comuns”, em que expressões populares são postas em exercício. Um “foi mais forte do que eu!” ou “estar caído por alguém” ou “é verdade porque eu vi!” ganha em média oito páginas de depuração, sem que haja fuga do tema ou devaneios, de acordo com o cuidado que a própria autora se impõe no prefácio. Assim também no segundo capítulo, “Do Oráculo ao Enigma? Perguntas”, quando as perguntas mais eminentemente filosóficas recebem palco. Parecidos são os capítulos seguintes, mas com a especialidade em escape de armadilhas. O terceiro “Enganadora Facilidade. Formulações Claras Demais” identifica tipos de questões que incitam a resposta pronta e, por isso, nos causa a traição de pôr a verbo mais as nossas crenças pessoais, nossos preconceitos do que a análise conceitual exigida. Mesmo que no fim à conclusão leve ao que a nossa crença já predizia, não poderíamos jamais partir logo de nossa opinião pessoal. E para deixar bem claro, a autora usa um recurso interessante: à cada pergunta, responde primeiro enganando-se e depois se diz “Opa, não é bem assim”, para enfim examinar a fundo o ponto. O quarto capítulo “Sair do Estupor Paralisante. Formulações Obscuras” caminha pelo oposto. Nele há uma busca de como rearranjar perguntas mal-elaboradas ou de difícil compreensão para, em um mesmo sentido, torná-las mais precisas.

Pode soar, à primeira vista, uma escrita com chamados ao percurso técnica ou à “análise fria”. Não, é justamente o que a autora parece combater. Em suas análises, Arondel-Rohaut, o que para mim foi uma agradável surpresa, chega a empolgar, sob uma evidente simpatia do método socrático. Ela traz conceitos de grandes filósofos para a argumentação e não deixa a análise de enunciados cair em uma interpretação de textos sem especificidade filosófica. Não é um livro para professores de redação ou de línguas, e sim de fato para os de filosofia. E daí talvez o seu problema como livro didático: é uma boa fonte para professores e estudantes de licenciatura, não para alunos de 2º grau. Apesar da linguagem acessível, é mais útil como mostra de método a se utilizar na sala de aula do que como texto de leitura entre os estudantes, embora, claro, com habilidade, possa ser utilizado para este último fim. Recomendo então aos nossos estudos, com a convicção de que é um quadro com muitos recursos a serem apropriados.

Por Saulo Dourado

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Referência bibliográfica:
Exercícios Filosóficos, Madeleine Arondel-Rohaut - Ed. Martins Fontes, 2005 - Trad. Paulo Neves. 140 p. FNDE PNBEM 2008.

Rohaut



Apresentação da primeira versão do Projeto de Dissertação da voluntária Alexandra Quadro Siqueira


Na próxima sexta, 12/11, às 14h na Faculdade de Administração da Ufba, haverá a apresentação da primeira versão do Projeto de Dissertação da voluntária Alexandra Quadro Siqueira.



Apresentação da primeira versão do Projeto de Dissertação da voluntária Alexandra Quadro Siqueira.
12/11 (sexta-feira)
14h
Faculdade de Administração da UFBA

Reunião







Contribuição Suzane lopes