28 de nov. de 2010

O despertar para a filosofia, ou introdução à filosofia? [Juliomar Marque Silva]

Introdução à filosofia. Muitos textos, livros e até disciplinas de cursos na universidade trazem este título. A nossa primeira impressão é que a filosofia é algo outro fora de nós, algo que será apresentado à nós a partir de então, que seremos iniciados ou introduzido no meio filosófico. O que quero com isso é chamar a atenção para o “despertar” para a filosofia, esse deveria ser realmente o título, pois a filosofia não está fora de nós ela já é sempre inata ao homem.

A filosofia já sempre esteve em nós, o trabalho a ser feito é o de “procurá-la” e não o de sermos apresentados a ela. Será que as dúvidas do senso comum que tanto nos incomoda, como quando alguém nos diz algo que nos parecem ser no mínimo duvidoso, como por exemplo, a crença de que o mundo foi criado por Deus em sete dias e que surgimos no mundo a partir da costela de Adão, será que essa inquietação, esse incômodo no “juízo”, esse perguntar a si mesmo sobre questões do tipo já não seria uma maneira de filosofar? E as horas que perdemos admirando e discutindo sobre a capacidade humana de raciocinar e dizer sobre as coisas, e o desconforto que nos dá em pensar em questões em que nem a ciência e nem a religião conseguem explicar, de onde viemos? O que somos e para onde vamos? Pois, pra mim isso é filosofar...

Assim, já dizia Gilberto Gil numa de suas músicas; “pensamento, mesmo fundamento singular do ser humano” e também Descartes, no começo do Discurso do Método; “A razão e o bom senso são as coisas mais bem partilhada entre os homens”. Será que Descartes ouviu Gilberto Gil? Ou será que Gilberto Gil leu Descartes? O que acho é que a filosofia está aí, em cada um, pra ser despertada.


Por Juliomar Marques Silva


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