17 de jun. de 2015

Colégio Rotary - Atividades da I Unidade 2015

          A Filosofia estuda e reflete sobre o sentido mais amplo da realidade e de seus diferentes acessos: a cultura, o senso comum, as ciências e as técnicas.
 As práticas apresentadas priorizam o planejamento, a avaliação e a organização didática do ambiente escolar de forma coletiva, provocativa no que se refere ao currículo, trazendo a possibilidade de trabalho com conhecimentos emergentes das experiências locais, dos debates, das curiosidades tratadas como conteúdo a serem descobertos.
Para tornar compreensível essa temática, nesse I semestre, no Colégio Estadual Rotary, as atividades do projeto PIBID/UFBA/FILOSOFIA, foi concentrada na Monitoria, com o objetivo de analisar, verificar para entender o perfil de cada turma/ curso. Desenvolvemos junto com a Supervisora duas grandes atividades com os alunos do Primeiro ano e com os alunos do Terceiro ano, Exposição das frases que o filósofo Sócrates, vivenciou a sua filosofia e um Júri, debatendo a questão da LIBERDADE, com o referencial teórico nos Filósofos Kant e Sartre. Os referidos assuntos contribuírem para um direcionamento com a sua praticidade.

1-    Frases filosóficas: Conhecendo as principais ideias Socráticas.

            A atividade foi realizada com as turmas de 1 º ano- Vespertino,do Colégio Estadual Rotary, localizado na ladeira do Abaeté. Teve inicio no mês de abril, sendo concluída no mês de maio 2015. Consiste na pesquisa e investigação das principais ideias do filosofo Sócrates, resultando na elaboração de cartazes para exposição no ambiente escolar. Esta atividade faz parte da metodologia de ensino e tem alcançado o seu objetivo com êxito.



            O projeto foi criado pela professora, com objetivo de estimular a pesquisa, e também, como uma forma de aprofundamento no estudo dos principais ensinamentos socráticos. Desta forma, o trabalho além de incentivar a reflexão filosófica, estimula também a capacidade criativa. Pois parte do estudo do conteúdo filosófico, para a aplicação do mesmo, envolvendo um processo de seleção e escolha. Uma vez que cada aluno tem a liberdade para escolher a frase que mais lhe agrade, como também é permitido a liberdade para a criação artística.


            O ensino da filosofia requer do professor na atualidade além do domínio do conteúdo, uma capacidade criativa, e disposição para promover a busca do saber. Por isso, atividades que ultrapassam as barreiras da sala de aula podem ser boas alternativas, pois mostram que o exercício filosófico é algo continuo, que envolve diversas questões que fazem parte do cotidiano.
            Os alunos ao chegarem no colégio, no seu turno, foram surpreendidos com a exposição do seu trabalho. Alguns, relataram que ficaram muito emocionados, ao presenciarem a sua criação exposta para todos do colégio. Constatamos também, diversos professores, pessoal do apoio lendo e valorizando o trabalho.
Alguns cartazes feitos pelos alunos de filosofia

            Os cartazes foram expostos em lugares estratégicos do colégio, promovendo também a difusão da filosofia para além da sala de aula. Observamos que todos param para ler as reflexões socráticas: Professores de diversas disciplinas, pessoal do administrativo, alunos e pessoal do apoio. Uma das frases mais lembradas é: Só sei que nada sei. Nota-se que um dos cartazes foi confeccionado com a colagem de pequenos botões azuis e os demais seguem o padrão tradicional. Mas o conteúdo da mensagem supera a diferença estética. Pois o pensamento filosófico está além das meras aparências.

2 - Atividade do Júri - Estudo da Ética com base em problemas atuais.

            Liberdade significa o direito de agir segundo o seu livre arbítrio, de acordo com a própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa, é a sensação de estar livre e não depender de ninguém. Liberdade é também um conjunto de ideias liberais e dos direitos de cada cidadão.
            Segundo Kant, liberdade está relacionado com autonia, é o direito do indivíduo dar suas próprias regras, que devem ser seguidas racionalmente. Essa liberdade só ocorre realmente, através do conhecimento das leis morais e não apenas pela própria vontade da pessoa. Kant diz que a liberdade é o livre arbítrio e não deve ser relacionado com as leis. Kant é uma nascente de um rio que desagua em absolutamente tudo o que há de relevante em filosofia ainda nos dias atuais.
Para Sartre, a liberdade é a condição de vida do ser humano, o princípio do homem é ser livre. O homem é livre por si mesmo, independente dos fatores do mundo, das coisas que ocorrem, ele é livre para fazer o que tiver vontade.
            Sabemos que na concepção de Kant o homem possui responsabilidade. Enquanto, segundo a perspectiva de Jean Paul Sartre o homem existe no mundo, surge no mundo, para depois se definir. E mais: só depois que existiu o homem pode dizer o que é a humanidade, podendo julgar-se alguma coisa apenas a partir daquilo que já está feito. Em suma: o homem é aquilo que faz. Uma escolha implica um compromisso com toda a humanidade, já que toda escolha é um compromisso. E, ao escolher um projeto, estamos necessariamente optando por uma moral.

            Não há como fugir da escolha e, portanto, não há como fugir da moral. A moral só poderá ser julgada no momento em que ela estiver se realizando. Em seguida, Sartre volta a discorrer sobre a liberdade e sua relação com a intersubjetividade. Se por um lado, a sua liberdade não depende de outrem, por outro existe um compromisso: se quero a minha liberdade, sou obrigado a querer a liberdade dos outros. Se alguém nega essa liberdade, escondendo-se em determinismos, este pode ser julgado como covarde. Mas isso apenas se considerarmos a liberdade como único fim moral. A moral universal que podemos conceber é a moral cuja ação se dá em nome da liberdade e não a moral formalmente constituída.
            O Júri foi sugerido pelos alunos com o objetivo de abordarmos o tema sobre a Liberdade, em especial a perda da liberdade do Ex-goleiro Bruno, que gerou muita polêmica no nosso país, com divergências de opiniões.
Antes da realização da atividade, foram trabalhados textos dos filósofos Kant e Sartre que tinham por finalidade dar uma fundamentação teórica aos alunos.
            Durante toda a I Unidade letiva, foram distribuídos e discutidos com os alunos textos contendo argumentos referentes a Liberdade, com o objetivo de se ter uma maior compreensão da leitura, foi solicitado aos alunos que elaborassem um fichamento dos textos e, também, destacassem as suas dúvidas sobre o material utilizado por eles. Por fim, foi solicitado aos alunos que respondessem algumas questões elaboradas pelo professor, posteriormente discutidas em sala de aula.


Atividade do Júri - Estudo da Ética com base em problemas atuais.
            Esta atividade foi realizada com uma turma do terceiro ano (3 º A-V) no período de Abril a Maio, 2015, no colégio Estadual Rotary, localizado na Ladeira do Abaeté, s/n° Salvador - Bahia.  Teve como objetivo principal abordar a questão da liberdade, como base na compreensão da ética e da Moral.  A ideia central era propor a reflexão sobre as ações humanas, uma vez que as mesmas podem levar a restrição da liberdade. A atividade foi fundamentada no estudo da ética kantiana, e da questão da liberdade segundo Sartre. A atividade consistiu em aulas expositivas, leitura e interpretação de textos, pesquisas sobre o código penal brasileiro. Teve como resultado uma apresentação lúdica, representando o caso Elisa Samudio, julgamento do ex-goleiro Bruno, por escolha dos próprios alunos. A sala foi dividida em equipes, com base nos personagens que compõem um julgamento: o réu, juiz, promotor, advogados, testemunhas, jurados e a imprensa. A encenação contou também com a representação da imprensa, por se tratar da representação de um caso que teve grande repercussão no país.
Aluna representando o réu (ex-goleiro Bruno)
     Porém o que estava em primeiro plano, não era o julgamento do caso em si, mas a reflexão sobre a questão da liberdade e a questão da Menoridade culpada (com base na leitura do texto o que é isso Iluminismo de kant). Esta atividade serviu para a análise sobre a importância da argumentação, como também da compreensão das falácias para o desenvolvimento de um discurso.
 
Alunos representando os advogados de acusação
           O “júri simulado”

            O processo inicia-se com o lançamento do tema proposto pelo professor. O direito de agir segundo o seu livre arbítrio, de acordo com a própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa. Fizemos diversas preparações prévias com os alunos, trabalhos em equipe, leituras e debates, com o objetivo deles chegarem à atividade em condições de desenvolver argumentos em favor das teses opostas. A partir daí, cada grupo lançou a sua tese inicial, defendendo seu ponto de vista à medida que foram surgindo “réplicas” e “tréplicas”. O professor, e a bolsista como coordenadoras da atividade, também lançaram perguntas que motivaram o debate, evitando fornecer respostas ou apoiar alguma das posições.
Alunos representando as testemunhas

Aluna representando a juíza do caso

            Por fim, cada grupo tem um tempo para suas considerações finais. O júri popular, então, reúne-se para socializar seus apontamentos, feitos ao longo da atividade, e decretar o veredicto.

Alunos representando os advogados de defesa do réu

A imprensa que cobre o julgamento



Considerações finais

            Sabendo que a filosofia não tem um método especifico, nem um objeto único de estudo, cabe ao professor incentivar o exercício e a prática da experiência de pensamento, como um processo de investigação filosófica. Desta forma, atividades que recorram a ludicidade, têm como objetivo incentivar o campo imaginativo para provocar e promover uma maior abertura no processo de reflexão. Pois o conhecimento recorre as imagens que são formadas na mente, para a compreensão de determinado objeto ou situação. Segundo Sartre o homem está condenado a liberdade, mas esta liberdade implica em responsabilidades por atos e ações. Assim como segundo Kant precisa ser responsável por suas ações, saindo da condição de menoridade culpada, a qual por preguiça e covardia, a maioria dos homens preferem ceder a terceiros (os tutores), a direção de suas vidas. Abrindo mão do direito ou do dever, de agir-se por si. Ou seja, cabe ao homem o pensamento livre sem tutelas, para que assim, possa ser o responsável por suas ações. Se a liberdade é um direito, deve-se fazer uso do mesmo de forma responsável, no intuito de garantir e preservar o mesmo, mas sempre lembrando da relação ao Eu e o Outro. Pois o Outro também tem o direito ou a obrigação de ser livre!   
            Para uma aprendizagem mais significativa é necessário que busquemos estratégias de ensino mais dinâmicas e interativas, com as quais o aluno possa reconhecer-se como elemento ativo de sua formação.
            Acreditamos que a proposta sugerida aqui unifica esses dois aspectos, sendo adequada e viável para se trabalhar elementos da conscientização, do pensar e do repensar, para quando o jovem se encontrar diante de uma situação, perigo, ele pare e reflita que a sua liberdade corre riscos, daí que ele faça a sua escolha.
 A estratégia do júri simulado permite que os alunos compartilhem, com os seus pares, conteúdos de filosofia de uma forma ativa, dinâmica e mais humanizada.

            Agradecimentos

      Agradecemos à direção da escola pela colaboração, as professoras, Jaqueline de Sociologia e Fátima Bichara, de Geografia, que gentilmente cederam seus horários, para que fosse possível a realização desse trabalho e também, aos alunos, pela dedicação e prazer mostrados no decorrer da prática. Agradecemos, ainda, à Bolsista Mariluce dos Santos pela sua dedicação, todo o período, na monitoria junto aos alunos.

Professora Almira
Professora da Rede Estadual e Supervisora do PIBID

Mariluce Santos
Licencianda Bolsista do PIBID 

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