As práticas apresentadas
priorizam o planejamento, a avaliação e a organização didática do ambiente
escolar de forma coletiva, provocativa no que se refere ao currículo, trazendo
a possibilidade de trabalho com conhecimentos emergentes das experiências
locais, dos debates, das curiosidades tratadas como conteúdo a serem
descobertos.
Para tornar compreensível essa
temática, nesse I semestre, no Colégio Estadual Rotary, as atividades do
projeto PIBID/UFBA/FILOSOFIA, foi concentrada na Monitoria, com o objetivo de
analisar, verificar para entender o perfil de cada turma/ curso. Desenvolvemos
junto com a Supervisora duas grandes atividades com os alunos do Primeiro ano e
com os alunos do Terceiro ano, Exposição das frases que o filósofo
Sócrates, vivenciou a sua filosofia e um Júri, debatendo a questão da
LIBERDADE, com o referencial teórico nos Filósofos Kant e Sartre. Os
referidos assuntos contribuírem para um direcionamento com a sua praticidade.
1- Frases
filosóficas: Conhecendo as principais ideias Socráticas.
A
atividade foi realizada com as turmas de 1 º ano- Vespertino,do Colégio
Estadual Rotary, localizado na ladeira do Abaeté. Teve inicio no mês de abril,
sendo concluída no mês de maio 2015. Consiste na pesquisa e investigação das
principais ideias do filosofo Sócrates, resultando na elaboração de cartazes
para exposição no ambiente escolar. Esta atividade faz parte da metodologia de
ensino e tem alcançado o seu objetivo com êxito.
O projeto foi criado pela professora, com
objetivo de estimular a pesquisa, e também, como uma forma de aprofundamento no
estudo dos principais ensinamentos socráticos. Desta forma, o trabalho além de
incentivar a reflexão filosófica, estimula também a capacidade criativa. Pois
parte do estudo do conteúdo filosófico, para a aplicação do mesmo, envolvendo
um processo de seleção e escolha. Uma vez que cada aluno tem a liberdade para
escolher a frase que mais lhe agrade, como também é permitido a liberdade para
a criação artística.
O
ensino da filosofia requer do professor na atualidade além do domínio do
conteúdo, uma capacidade criativa, e disposição para promover a busca do saber.
Por isso, atividades que ultrapassam as barreiras da sala de aula podem ser
boas alternativas, pois mostram que o exercício filosófico é algo continuo, que
envolve diversas questões que fazem parte do cotidiano.
Os alunos ao
chegarem no colégio, no seu turno, foram surpreendidos com a exposição do seu
trabalho. Alguns, relataram que ficaram muito emocionados, ao presenciarem a
sua criação exposta para todos do colégio. Constatamos também, diversos professores,
pessoal do apoio lendo e valorizando o trabalho.
Alguns cartazes feitos pelos alunos de filosofia |
Os
cartazes foram expostos em lugares estratégicos do colégio, promovendo também a
difusão da filosofia para além da sala de aula. Observamos que todos param para
ler as reflexões socráticas: Professores de diversas disciplinas, pessoal do
administrativo, alunos e pessoal do apoio. Uma das frases mais lembradas é: Só sei
que nada sei. Nota-se que um dos cartazes foi confeccionado com a colagem de
pequenos botões azuis e os demais seguem o padrão tradicional. Mas o conteúdo
da mensagem supera a diferença estética. Pois o pensamento filosófico está além
das meras aparências.
2 - Atividade do Júri - Estudo da Ética com
base em problemas atuais.
Liberdade significa o direito de agir segundo o seu livre arbítrio, de
acordo com a própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa, é a
sensação de estar livre e não depender de ninguém. Liberdade é também um
conjunto de ideias liberais e dos direitos de cada cidadão.
Segundo Kant, liberdade está relacionado
com autonia, é o direito do indivíduo dar suas próprias regras, que devem ser
seguidas racionalmente. Essa liberdade só ocorre realmente, através do
conhecimento das leis morais e não apenas pela própria vontade da pessoa. Kant
diz que a liberdade é o livre arbítrio e não deve ser relacionado com as leis. Kant
é uma nascente de um rio que desagua em absolutamente tudo o que há de
relevante em filosofia ainda nos dias atuais.
Para Sartre, a liberdade é a condição
de vida do ser humano, o princípio do homem é ser livre. O homem é livre por si
mesmo, independente dos fatores do mundo, das coisas que ocorrem, ele é livre
para fazer o que tiver vontade.
Sabemos que na concepção de Kant o
homem possui responsabilidade. Enquanto, segundo a perspectiva de Jean Paul
Sartre o homem existe no mundo, surge no mundo, para depois se definir. E
mais: só depois que existiu o homem pode dizer o que é a humanidade, podendo
julgar-se alguma coisa apenas a partir daquilo que já está feito. Em suma: o
homem é aquilo que faz. Uma escolha implica um compromisso com toda a
humanidade, já que toda escolha é um compromisso. E, ao escolher um projeto,
estamos necessariamente optando por uma moral.
Não há como fugir da escolha e, portanto, não há como fugir da moral. A moral só poderá ser julgada no momento em que ela estiver se realizando. Em seguida, Sartre volta a discorrer sobre a liberdade e sua relação com a intersubjetividade. Se por um lado, a sua liberdade não depende de outrem, por outro existe um compromisso: se quero a minha liberdade, sou obrigado a querer a liberdade dos outros. Se alguém nega essa liberdade, escondendo-se em determinismos, este pode ser julgado como covarde. Mas isso apenas se considerarmos a liberdade como único fim moral. A moral universal que podemos conceber é a moral cuja ação se dá em nome da liberdade e não a moral formalmente constituída.
O Júri foi sugerido pelos alunos com o
objetivo de abordarmos o tema sobre a Liberdade, em especial a perda da
liberdade do Ex-goleiro Bruno, que gerou muita polêmica no nosso país, com
divergências de opiniões.
Antes da realização da atividade, foram
trabalhados textos dos filósofos Kant e Sartre que tinham por finalidade dar
uma fundamentação teórica aos alunos.
Durante toda a I Unidade letiva, foram
distribuídos e discutidos com os alunos textos contendo argumentos referentes a
Liberdade, com o objetivo de se ter uma maior compreensão da leitura, foi
solicitado aos alunos que elaborassem um fichamento dos textos e, também,
destacassem as suas dúvidas sobre o material utilizado por eles. Por fim, foi
solicitado aos alunos que respondessem algumas questões elaboradas pelo
professor, posteriormente discutidas em sala de aula.
Atividade do Júri - Estudo da Ética com base
em problemas atuais.
Esta
atividade foi realizada com uma turma do terceiro ano (3 º A-V) no período de
Abril a Maio, 2015, no colégio Estadual Rotary, localizado na Ladeira do
Abaeté, s/n° Salvador - Bahia. Teve como objetivo principal abordar
a questão da liberdade, como base na compreensão da ética e da Moral. A
ideia central era propor a reflexão sobre as ações humanas, uma vez que as
mesmas podem levar a restrição da liberdade. A atividade foi fundamentada no
estudo da ética kantiana, e da questão da liberdade segundo Sartre. A atividade
consistiu em aulas expositivas, leitura e interpretação de textos, pesquisas
sobre o código penal brasileiro. Teve como resultado uma apresentação lúdica,
representando o caso Elisa Samudio, julgamento do ex-goleiro Bruno, por escolha
dos próprios alunos. A sala foi dividida em equipes, com base nos personagens
que compõem um julgamento: o réu, juiz, promotor, advogados, testemunhas,
jurados e a imprensa. A encenação contou também com a representação da
imprensa, por se tratar da representação de um caso que teve grande repercussão
no país.
Aluna representando o réu (ex-goleiro Bruno) |
Porém o que estava em primeiro plano, não era o
julgamento do caso em si, mas a reflexão sobre a questão da liberdade e a
questão da Menoridade culpada (com base na leitura do texto o que é isso
Iluminismo de kant). Esta atividade serviu para a análise sobre a importância
da argumentação, como também da compreensão das falácias para o desenvolvimento
de um discurso.
O “júri simulado”
O processo inicia-se com o lançamento do
tema proposto pelo professor. O direito de agir segundo o seu livre arbítrio,
de acordo com a própria vontade, desde
que não prejudique outra pessoa. Fizemos diversas preparações prévias com os
alunos, trabalhos em equipe, leituras e debates, com o objetivo deles chegarem
à atividade em condições de desenvolver argumentos em favor das teses opostas. A
partir daí, cada grupo lançou a sua tese inicial, defendendo seu ponto de vista
à medida que foram surgindo “réplicas” e “tréplicas”. O professor, e a bolsista
como coordenadoras da atividade, também lançaram perguntas que motivaram o
debate, evitando fornecer respostas ou apoiar alguma das posições.
Alunos representando as testemunhas |
Aluna representando a juíza do caso |
Por fim, cada grupo tem um tempo para
suas considerações finais. O júri popular, então, reúne-se para socializar seus
apontamentos, feitos ao longo da atividade, e decretar o veredicto.
Alunos representando os advogados de defesa do réu |
A imprensa que cobre o julgamento |
Considerações finais
Sabendo que a filosofia não tem um método especifico, nem um objeto único de estudo, cabe ao professor incentivar o exercício e a prática da experiência de pensamento, como um processo de investigação filosófica. Desta forma, atividades que recorram a ludicidade, têm como objetivo incentivar o campo imaginativo para provocar e promover uma maior abertura no processo de reflexão. Pois o conhecimento recorre as imagens que são formadas na mente, para a compreensão de determinado objeto ou situação. Segundo Sartre o homem está condenado a liberdade, mas esta liberdade implica em responsabilidades por atos e ações. Assim como segundo Kant precisa ser responsável por suas ações, saindo da condição de menoridade culpada, a qual por preguiça e covardia, a maioria dos homens preferem ceder a terceiros (os tutores), a direção de suas vidas. Abrindo mão do direito ou do dever, de agir-se por si. Ou seja, cabe ao homem o pensamento livre sem tutelas, para que assim, possa ser o responsável por suas ações. Se a liberdade é um direito, deve-se fazer uso do mesmo de forma responsável, no intuito de garantir e preservar o mesmo, mas sempre lembrando da relação ao Eu e o Outro. Pois o Outro também tem o direito ou a obrigação de ser livre!
Para uma aprendizagem mais significativa é necessário que
busquemos estratégias de ensino mais dinâmicas e interativas, com as quais o
aluno possa reconhecer-se como elemento ativo de sua formação.
Acreditamos que a proposta sugerida aqui
unifica esses dois aspectos, sendo adequada e viável para se trabalhar
elementos da conscientização, do pensar e do repensar, para quando o jovem se
encontrar diante de uma situação, perigo, ele pare e reflita que a sua
liberdade corre riscos, daí que ele faça a sua escolha.
A estratégia do júri simulado
permite que os alunos compartilhem, com os seus pares, conteúdos de filosofia
de uma forma ativa, dinâmica e mais humanizada.
Agradecimentos
Agradecemos à
direção da escola pela colaboração, as professoras, Jaqueline de Sociologia e Fátima Bichara, de Geografia, que gentilmente cederam seus horários, para que
fosse possível a realização desse trabalho e também, aos alunos, pela dedicação
e prazer mostrados no decorrer da prática. Agradecemos, ainda, à Bolsista
Mariluce dos Santos pela sua dedicação, todo o período, na monitoria junto aos
alunos.
Professora Almira
Professora da Rede Estadual e Supervisora do PIBID
Mariluce Santos
Licencianda Bolsista do PIBID
Professora Almira
Professora da Rede Estadual e Supervisora do PIBID
Mariluce Santos
Licencianda Bolsista do PIBID
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