Uma reflexão sobre o ensino do filosofar no Colégio Estadual Rotary em
2015, dentro do projeto Pibid/Filosofia/Ufba
Alunos do noturno no Colégio Estadual Rotary |
Foi nesse
contexto que aconteceram as aulas de filosofia, no ano 2015, dentro do projeto
Pibid/Ufba/Filosofia, no Colégio Estadual Rotary, localizado na Ladeira do
Abaeté, s/n° no bairro de Itapuã, Salvador, Bahia. O PIBID é um programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência que tem proporcionado muitas
experiências positivas na minha formação social, pessoal e profissional, pois
através do programa estou tendo experiências com os licenciandos, que por sua
vez trazem novos olhares didáticos e metodológicos na realização das atividades
na sala de aula.
Objetivo
principal do programa é o investimento na formação inicial do futuro professor.
Neste sentido, avalia-se que o desenvolvimento do projeto constituiu um
diferencial na vida desses licenciandos, os quais passam por diversas
experiências dentro do ambiente escolar, onde participam de diversas atividades
tornando-os mais preparados para o exercício da docência. Além do trabalho na
sala de aula, os bolsistas têm participações em eventos, patrocinados pelo
colégio e financiados pelo programa.
A
filosofia surgiu na Grécia Antiga com o propósito de libertar o pensamento de
suas bases míticas, para dar à vida explicações diferentes daquelas que
dependiam de deuses e superstições. Era uma atividade dos homens sábios (philos = amigo ou amante; Sophia = sabedoria) que se punham a
pensar sobre conceitos estabelecidos, buscando novos entendimentos.
Faz-se Filosofia colocando perguntas, propondo ideias, argumentando e pensando em possíveis argumentos contrários, procurando saber como funcionam realmente os conceitos, para chegar mais próximo da verdade. Seu objetivo é avançar no conhecimento da vida e de nós mesmos, ou seja, colocar conceitos vivos, na sala de aula. Essa tarefa é desafiante: suscitar o desejo de conhecimento capaz de integrar o aluno, o mundo e a natureza num projeto de compreensão existencial e transformação consciente. Nessa perspectiva o compromisso do professor de filosofia relaciona-se com a transposição didática como nos orientam Severino:
“a incumbência da filosofia é mostrar aos
jovens o sentido de sua existência concreta. E é assim que a filosofia se torna
formativa, na medida em que ela permite ao jovem dar-se conta do lugar que
ocupa na realidade histórica de seu mundo”. Dessa forma o papel da filosofia é
o de auxiliar o jovem a “compreender o sentido de sua própria experiência
existencial, situando-a em relação ao sentido da existência humana em geral” (2003,
p.1-2).
A filosofia ocupa-se de problemas que se
caracterizam, entre outras coisas, por não serem susceptíveis de serem
estudados recorrendo a metodologias empíricas nem formais. Em termos mais
positivos, os problemas da filosofia caracteriza-se por terem um caráter
iminentemente conceitual, necessário se torna que professores e licenciandos pensem
e repensem uma didática de despertar esses jovens da importância e o interesse
em filosofar.
Para tentar resolver os problemas da filosofia os
filósofos apresentam teorias, aquilo a que por vezes se chamam também teses, ou
perspectivas, ou até filosofias. As perspectivas dos filósofos são respostas a
problemas filosóficos; os problemas podem ser reais ou ilusórios, e as teorias
podem ser mais ou menos plausíveis. Mas as suas perspectivas não são como
ficções literárias; são tentativas de resolver problemas que os seus proponentes
viam como reais e importantes.
Professora supervisora e licenciandos, participam
de projetos interdisciplinares, cursos de aperfeiçoamentos, planejam, discutem,
organizam, modificam executam ações para proporcionar aos seus alunos,
didáticas inovadoras no ensinar com o objetivo da troca de experiências no
aprender a filosofar.
Concordando com a pensadora Merleau-Ponty
(1995, p. 19), ela afirma que a verdadeira filosofia mostra-se na forma de
“reaprender a ver o mundo” do mesmo modo que a docência de filosofia é a
atividade facilitadora desse reaprendizado, e o docente com ela comprometido
compreende e age conforme o fundamento do aprendizado. Feliz é o mediador que
aprende formas mais pertinentes de reaprender a arte de ensinar, possibilitando
aos alunos a experiência de saber construir e reconstruir conhecimento.
Ao ensinar a filosofar um problema filosófico, aos
nossos alunos, utilizamos de diversas didáticas para que o estudante conhecesse
diferentes tipos de teorias para responder ao problema e as criticas. Ao estudar
as teorias da filosofia e respectivas críticas, o estudante, foi estimulado a
aprender e construir, também, as suas teorias e a apresentar suas críticas.
Por fim, outro recurso pedagógico presente nas
aulas de filosofia foi o emprego da tecnologia educacional no processo de
ensino e aprendizagem. Muito nos auxiliou na provocação do filosofar na aprendizagem
do aluno. Levamos para a sala de aula, a Internet, o Vídeo, apresentação Power
point, o celular, o facebook, o whatsapp entre outros.
Na Internet, encontramos vários tipos de
aplicações educacionais: de divulgação, de pesquisa, de apoio ao ensino da
filosofia. Ela traz inúmeras
possibilidades de pesquisa para professores e alunos, dentro e fora da sala de
aula. Ensinar usando a internet como mais um recurso pedagógico, atinge
resultados significativos quando se está integrado em um contexto estrutural de mudança do processo
de ensino-aprendizagem, no qual professores e alunos vivenciam formas de comunicação
abertas, de participação interpessoal e grupal efetivas.
“Internet é uma tecnologia que facilita a
motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de
pesquisa que oferece”. Essa motivação aumenta se o professor a faz em um clima
de confiança, de abertura, de cordialidade com os alunos. Mais que a tecnologia
o que facilita o processo de ensino-aprendizagem é a capacidade de comunicação
autêntica do professor, de estabelecer relações de confiança com os seus
alunos, pelo equilíbrio, competência e simpatia com que atua. (MORAN 1999,
p.20).
Com esse amor em
busca da sabedoria, o projeto Pibid/Ufba/filosofia, fez planejamentos,
acompanhamentos e avaliações das tecnologias selecionadas, a fim de contextualizá-las
a cada tipo de aluno, aos objetivos da disciplina e ao modelo teórico-referencial educacional
adotado. A tecnologia educacional, muito nos auxiliou na provocação do
filosofar na aprendizagem do aluno.
Bibliografia:
Merleau-Ponty,
M. (2000b). A natureza &– Cursos
no Collège de France, 1957-1960 (Texto estabelecido e anotado por D.
Séglard, Á. Cabral, trad.). São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original
publicado em 1995).
MORAN, José Manuel. O vídeo na sala de aula. In Revista Comunicação e Educação, nº 2.
São Paulo, Editora Moderna. Revista do Curso Gestão e Processos
Comunicacionais/ ECA/USP, p. 27-35, 1995.
SEVERINO, A. J. Do Ensino da Filosofia: estratégias
interdisciplinares, texto apresentado no Seminário: A Filosofia no Ensino Médio: legislação e conteúdo programático –
parte I. Depto de Educação. UNESP/ Rio Claro.
Sites consultados:
http://www.bjis.unesp.br/revistas/index.php/educacaoemrevista/article/view/1548
Alguns registros,
fotos, das aulas de filosofia em 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário