7 de dez. de 2015

Uma reflexão sobre o ensino do filosofar no Colégio Estadual Rotary em 2015, dentro do projeto Pibid/Filosofia/Ufba


Alunos do noturno no Colégio Estadual Rotary


Quantas vezes você já ouviu falar na necessidade de valorizar a capacidade de pensar dos alunos? De prepará-los para questionar a realidade? De unir teoria e prática? De problematizar? De contextualizar ao tipo de aluno, aos objetivos da disciplina, ao modelo teórico-referencial educacional adotado?

Foi nesse contexto que aconteceram as aulas de filosofia, no ano 2015, dentro do projeto Pibid/Ufba/Filosofia, no Colégio Estadual Rotary, localizado na Ladeira do Abaeté, s/n° no bairro de Itapuã, Salvador, Bahia. O PIBID é um programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência que tem proporcionado muitas experiências positivas na minha formação social, pessoal e profissional, pois através do programa estou tendo experiências com os licenciandos, que por sua vez trazem novos olhares didáticos e metodológicos na realização das atividades na sala de aula.

Objetivo principal do programa é o investimento na formação inicial do futuro professor. Neste sentido, avalia-se que o desenvolvimento do projeto constituiu um diferencial na vida desses licenciandos, os quais passam por diversas experiências dentro do ambiente escolar, onde participam de diversas atividades tornando-os mais preparados para o exercício da docência. Além do trabalho na sala de aula, os bolsistas têm participações em eventos, patrocinados pelo colégio e financiados pelo programa.

A filosofia surgiu na Grécia Antiga com o propósito de libertar o pensamento de suas bases míticas, para dar à vida explicações diferentes daquelas que dependiam de deuses e superstições. Era uma atividade dos homens sábios (philos = amigo ou amante; Sophia = sabedoria) que se punham a pensar sobre conceitos estabelecidos, buscando novos entendimentos.

Faz-se Filosofia colocando perguntas, propondo ideias, argumentando e pensando em possíveis argumentos contrários, procurando saber como funcionam realmente os conceitos, para chegar mais próximo da verdade. Seu objetivo é avançar no conhecimento da vida e de nós mesmos, ou seja, colocar conceitos vivos, na sala de aula.  Essa tarefa é desafiante: suscitar o desejo de conhecimento capaz de integrar o aluno, o mundo e a natureza num projeto de compreensão existencial e transformação consciente. Nessa perspectiva o compromisso do professor de filosofia relaciona-se com a transposição didática como nos orientam Severino:

“a incumbência da filosofia é mostrar aos jovens o sentido de sua existência concreta. E é assim que a filosofia se torna formativa, na medida em que ela permite ao jovem dar-se conta do lugar que ocupa na realidade histórica de seu mundo”. Dessa forma o papel da filosofia é o de auxiliar o jovem a “compreender o sentido de sua própria experiência existencial, situando-a em relação ao sentido da existência humana em geral” (2003, p.1-2).

A filosofia ocupa-se de problemas que se caracterizam, entre outras coisas, por não serem susceptíveis de serem estudados recorrendo a metodologias empíricas nem formais. Em termos mais positivos, os problemas da filosofia caracteriza-se por terem um caráter iminentemente conceitual, necessário se torna que professores e licenciandos pensem e repensem uma didática de despertar esses jovens da importância e o interesse em filosofar.

Para tentar resolver os problemas da filosofia os filósofos apresentam teorias, aquilo a que por vezes se chamam também teses, ou perspectivas, ou até filosofias. As perspectivas dos filósofos são respostas a problemas filosóficos; os problemas podem ser reais ou ilusórios, e as teorias podem ser mais ou menos plausíveis. Mas as suas perspectivas não são como ficções literárias; são tentativas de resolver problemas que os seus proponentes viam como reais e importantes.

Professora supervisora e licenciandos, participam de projetos interdisciplinares, cursos de aperfeiçoamentos, planejam, discutem, organizam, modificam executam ações para proporcionar aos seus alunos, didáticas inovadoras no ensinar com o objetivo da troca de experiências no aprender a filosofar.

Concordando com a pensadora Merleau-Ponty (1995, p. 19), ela afirma que a verdadeira filosofia mostra-se na forma de “reaprender a ver o mundo” do mesmo modo que a docência de filosofia é a atividade facilitadora desse reaprendizado, e o docente com ela comprometido compreende e age conforme o fundamento do aprendizado. Feliz é o mediador que aprende formas mais pertinentes de reaprender a arte de ensinar, possibilitando aos alunos a experiência de saber construir e reconstruir conhecimento.

Ao ensinar a filosofar um problema filosófico, aos nossos alunos, utilizamos de diversas didáticas para que o estudante conhecesse diferentes tipos de teorias para responder ao problema e as criticas. Ao estudar as teorias da filosofia e respectivas críticas, o estudante, foi estimulado a aprender e construir, também, as suas teorias e a apresentar suas críticas.

Por fim, outro recurso pedagógico presente nas aulas de filosofia foi o emprego da tecnologia educacional no processo de ensino e aprendizagem. Muito nos auxiliou na provocação do filosofar na aprendizagem do aluno. Levamos para a sala de aula, a Internet, o Vídeo, apresentação Power point, o celular, o facebook, o whatsapp entre outros.

Na Internet, encontramos vários tipos de aplicações educacionais: de divulgação, de pesquisa, de apoio ao ensino da filosofia.  Ela traz inúmeras possibilidades de pesquisa para professores e alunos, dentro e fora da sala de aula. Ensinar usando a internet como mais um recurso pedagógico, atinge resultados significativos quando se está integrado em um contexto estrutural de mudança do processo de ensino-aprendizagem, no qual professores e alunos vivenciam formas de comunicação abertas, de participação interpessoal e grupal efetivas.

“Internet é uma tecnologia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece”. Essa motivação aumenta se o professor a faz em um clima de confiança, de abertura, de cordialidade com os alunos. Mais que a tecnologia o que facilita o processo de ensino-aprendizagem é a capacidade de comunicação autêntica do professor, de estabelecer relações de confiança com os seus alunos, pelo equilíbrio, competência e simpatia com que atua. (MORAN 1999, p.20).

Com esse amor em busca da sabedoria, o projeto Pibid/Ufba/filosofia, fez planejamentos, acompanhamentos e avaliações das tecnologias selecionadas, a fim de contextualizá-las a cada tipo de aluno, aos objetivos da disciplina e  ao modelo teórico-referencial educacional adotado. A tecnologia educacional, muito nos auxiliou na provocação do filosofar na aprendizagem do aluno.

Bibliografia:
Merleau-Ponty, M. (2000b). A natureza &– Cursos no Collège de France, 1957-1960 (Texto estabelecido e anotado por D. Séglard, Á. Cabral, trad.). São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1995).

MORAN, José Manuel. O vídeo na sala de aula. In Revista Comunicação e Educação, nº 2. São Paulo, Editora Moderna. Revista do Curso Gestão e Processos Comunicacionais/ ECA/USP, p. 27-35, 1995.
SEVERINO, A. J. Do Ensino da Filosofia: estratégias interdisciplinares, texto apresentado no Seminário: A Filosofia no Ensino Médio: legislação e conteúdo programático – parte I. Depto de Educação. UNESP/ Rio Claro.

Sites consultados:
http://www.bjis.unesp.br/revistas/index.php/educacaoemrevista/article/view/1548




Alguns registros, fotos, das aulas de filosofia em 2015.











Alunos do vespertino sendo avaliados.

Participação no SEMENTE e no VSBL na UFBA.

Nosso carrinho nos auxilia diariamente levando materiais de trabalho para as aulas.

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