“Vencer a dificuldade de mostrar pelas palavras como as coisas são,
em sua aparência, é ao que a arte retórica se dedica; vencer a dificuldade de
mostrar pelas cartas o ânimo do escritor para alguém, em sua aparência, é ao
que a arte epistolar visa.” Adma Fadul Muhana
Já
nos aproximando do encerramento deste ano escolar, o PIBID Filosofia no Colégio
Estadual Professora Maria Bernadete Brandão também caminha para a conclusão dos
projetos aplicados pelos bolsistas neste ano de 2015.
No
turno matutino o Projeto “Cartas Filosóficas” deu o tom das atividades do PIBID
Filosofia. Com o objetivo de trabalhar a leitura, escrita e interpretação, o
projeto foi uma ferramenta interdisciplinar atrelado não apenas à filosofia.
Outras áreas como literatura e língua portuguesa puderam também ser
contempladas na atividade.
Ao
inicio das atividades foi pedido que se fizesse uma carta fictícia à um filosofo qualquer. Daí a constatação que
a escrita de um texto em gênero escolar era desconhecida por quase todos os
estudantes. Então, orientados pelo bolsista e supervisor foi apresentado o
texto em gênero epistolar desde os elementos técnicos que o constituem em sua
forma até o conteúdo geralmente contido neste estilo textual. Talvez com o
avanço das novas tecnologias onde a escrita de cartas a mão é facilmente substituída
por e-mails, mensagens instantâneas via
whats app ou sms ou ainda por meio de mensagens em chat nas redes sociais tenha se esquecido um pouco do estilo e
valor de uma correspondência. Fato é, que, mesmo com todo aparato tecnológico usado
na comunicação hodierna, o texto epistolar continua com sua utilidade bem como
com seu estilo próprio que o enquadra dentro de um gênero textual diferente dos
demais.
Após
a carta de treinamento, foi entregue a epistola de Epicuro para leitura,
interpretação e resposta. A carta de Epicuro com seus belíssimos trechos e
conteúdos eminentemente filosóficos proporcionou um diálogo e reflexão sobre a
temática da morte e da amizade. O filósofo do jardim entrou na escola da
periferia de uma maneira mais atrativa que o texto formal dos manuais escolares
de filosofia. Foi pedida uma pesquisa sobre os elementos biográficos do filósofo
e um breve resumo de suas ideias. Destarte a atividade com as “cartas filosóficas”
prova ser mais que um exercício de escrita e leitura. É possível por meio delas
motivar a busca por quem as escreveu e por outros aspectos de seu pensamento
filosófico. O mesmo pode-se dizer da segunda carta estudada: a carta de Sêneca
sobre o tempo. Nesta carta de Sêneca é foi um tanto válida e propícia a
motivação de que “ninguém se hesite em
dedicar a filosofia enquanto jovem”. Além de propor uma reflexão sobre o
que fazemos com o nosso tempo, Sêneca motiva o nosso filosofar e apresenta a
filosofia como algo capaz de nos ajudar na busca pelo conhecimento e pela vida
feliz. Com Sêneca representante da “filosofia
do pórtico”, foi possível traçar um paralelo de similitudes e diferenças com a “filosofia
do jardim”. Mais uma vez, a atividade com as cartas filosóficas prova ser um
precioso recurso didático ao professor de filosofia, pois, não se limita
exclusivamente a uma única nuance da disciplina ou até mesmo à disciplina em
específico.
Como
um dos resultados da atividade com as cartas, foram confeccionados alguns
cartazes pelos alunos, sob orientação do bolsista e supervisor apresentando à
comunidade escolar os pressupostos do projeto aplicado pelo PIBID Filosofia,
bem como a carta de Sêneca e a carta de Epicuro.
Esperamos
no ano seguinte dar continuidade à atividade nos esforçando por fazer conhecidos
nossos filósofos clássicos por meio de seus escritos e usufruir de seus
ensinamentos contido em suas cartas.
Thiago da Mata.
Bolsista do PIBID Filosofia
Algumas referencias usadas:
SÊNECA, Lucio. Aprendendo a viver. Carta a Lucílio. Trad. Lucia Sá Rebello e Ellen Itanajura.
Porto Alegre: L&PM, 2009.
______________. Sobre a brevidade da vida. Trad. Lucia
Sá Rebell et alii. Porto Alegre: L&PM, 2006.
COSSUTTA, Frédéric. Elementos para a leitura dos textos filosóficos.
São Paulo: Martins Fontes, 1994.
MUHANA, Adma Fadul. O gênero epistolar: dialogo per absentiam.
Revista Discurso n.31, p. 329-345,
2000.
Para saber mais do Projeto acesse: http://filosofiapibidufba.blogspot.com.br/2015/08/cartas-filosoficas-uma-correspondencia_3.html
Pessoal, se um dos elementos fundantes para excelência na configuração formacional do professor de filosofia for o envolvimento no ambiente tensional da sala de aula com objetivos planejados, então o projeto Cartas Filosóficas está no caminho legítimo dentro da proposta do Pibid. Parabéns para o futuro docente Thiago!
ResponderExcluirOlá, primeiramente gostaria de dar meus parabéns pelo projeto. Ele é muito interessante. Me chamo Ivan e sou professor de filosofia na rede de ensino particular em Belém - PA. Gostaria de saber se é possível a troca de experiências, pois estou muito interessado em implantar esse projeto nas minhas turmas de filosofia. Se puderem entrar em contato, ou me passar um contato, eu agradeceria. (ivanfaustogomes@yahoo.com.br)
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