21 de dez. de 2012

Pequenos pontos sobre o trabalho apresentado no II Seminário PIBID IAT: Universidade e Escola Pública:

O PIBID como espaço de novas metodologias. 


Introdução

Esta pesquisa tem como foco o transito dos discentes universitários na escola pública. O veículo de comunicação que possibilita este diálogo é o PIBID – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à docência – neste caso, ligado à licenciatura de Filosofia da Universidade Federal da Bahia – UFBA.

O ensino de Filosofia, hoje obrigatório nas três séries do Ensino Médio através da aprovação da Lei 11.684/2008, caracteriza-se por particularidades que em quatro anos de reimplementação desta disciplina nos currículos ainda são fontes de desacordo e debates. Leitura de textos clássicos, análise de argumentos e de conceitos, construção textual pautada em pressupostos lógicos argumentativos, dentre outras abordagens, não são contempladas na escola em sua totalidade, principalmente devido à

escassa mão de obra qualificada, ou seja, indivíduos com formação na área. De acordo com as Orientações Curriculares para o Ensino Médio, no que concerne a área de filosofia,

O objetivo da disciplina Filosofia não é apenas propiciar ao aluno um mero enriquecimento intelectual. Ela é parte de uma proposta de ensino que pretende desenvolver no aluno a capacidade para responder, lançando mão dos conhecimentos adquiridos, as questões advindas das mais variadas situações. Essa capacidade de resposta deve ultrapassar a mera repetição de informações adquiridas, mas, ao mesmo tempo, apoiar-se em conhecimentos prévios. (2006, p.29).

E ainda,

A Filosofia é teoria, visão crítica, trabalho de conceito, devendo ser preservada como tal e não como um somatório de idéias que o estudante deva decorar. [...]. Desse modo, cabe ensinar Filosofia acompanhando, ou, pelo menos respeitando o movimento do pensar à luz de grandes obras, independentemente do autor ou da teoria escolhida. (2006, p.35).

Nesta medida, compreendemos a importância de um programa como o PIBID transitando na escola. Existe a possibilidade concreta de ser coadjuvante no processo de ensino, ao aprender com o profissional dotado de experiência e conhecimentos, como também, coadunar com a experiência universitária. Oportunidade maior ainda é ter como um dos planos do PIBID a experimentação de novas metodologias.

Trabalhar com novas metodologias, sempre em atividades extraclasse tem sido foco de nossos Planos de Trabalho. Pretendemos com isso ampliar o leque de experimentação no intuído de buscar um ponto de comunicação e confiança com o estudante do Ensino Médio, com o docente e com a própria escola. Desta forma, nosso trabalho consiste em, através de novas propostas, apresentar àquelas que acima destacamos como necessárias ao conhecimento filosófico, principalmente o contato com o texto e a escrita.

Destarte, como início dos trabalhos em uma escola pública da cidade de Salvador/BA, construímos o projeto Primeira Antologia Filosófica do CEMATEF. Este trabalho consistiu em organizar em cada turma do professor supervisor, em um total de catorze turmas, equipes que apresentassem trabalhos de forma lúdica e escrita, contemplando as seguintes propostas: Patrística, Escolástica e o tema da morte no filósofo Sêneca. As duas primeiras propostas foram escolhidas por serem recorrentes nos vestibulares e no ENEM. A terceira ficou por conta da escolha da maioria dos estudantes. As apresentações lúdicas aconteceram no auditório do colégio com a participação de outros professores da instituição e da direção.

O principal objetivo dos bolsistas do PIBID, além de trabalhar em todo processo de construção e execução do projeto, era a etapa da consultoria. Esta etapa, como diz o nome, consistiu em trabalhos com grupos de alunos no intuído de apresentar e indicar material de pesquisa, estudar junto, esclarecer dúvidas, orientar no que diz respeito aos caminhos da pesquisa, regras e metodologias, além da análise dos textos, etapa ainda em andamento.

Conclusão

Ao ser reimplantado o ensino de Filosofia no Ensino Médio mediante a aprovação da Lei 11.684/2008, foi aberta oportunidade para novos debates, sendo estes estabelecidos no questionamento sobre o que e como ensinar. Percebemos na escola o conflito de adaptar os conteúdos filosóficos dentro das propostas apresentadas – ensinar Filosofia através da História da Filosofia ou ensinar Filosofia através de temas filosóficos. Ainda que neste momento já se utilize o livro didático oferecido pelo governo, o desacordo continua. Percebemos que existem espaços a serem preenchidos nas lacunas oferecidas pelo debate principalmente no sentido de adequar as duas propostas.

Ao trabalhar com o projeto Antologia Filosófica foi dado o primeiro passo nesta escola para alargar o debate de forma a alcançar todos os atores do processo: o professor, o estudante e o bolsista do PIBID.

                                                                     Heitor Reis de Oliveira

                                                              Suzane dos Santos Lopes

                                                Vera Lúcia Santos Mutti Malaquias

Referências 

BRASIL. Decreto 7219, de 24 de julho de 2010. Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7219.htm>. Acesso em: 01 out. 2012.
______.Lei Federal 11.684/2008. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11684.htm. Acesso em: 01 abr. 2012.
Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Ciências Humanas e suas Tecnologias. Brasília: Ministério da Educação / Secretaria da Educação Básica, 2006.   
VIANA, Heraldo Martins. Pesquisa em educação: a observação. Brasília: Plano Editora, 2003.      
BRASIL. Decreto 7219, de 24 de julho de 2010. Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7219.htm>. Acesso em: 01 out. 2012.
______.Lei Federal 11.684/2008. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11684.htm. Acesso em: 01 abr. 2012.
Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Ciências Humanas e suas Tecnologias. Brasília: Ministério da Educação / Secretaria da Educação Básica, 2006.   
VIANA, Heraldo Martins. Pesquisa em educação: a observação. Brasília: Plano Editora, 2003.      
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário