"Só existe opção quando se tem informação...
Ninguém pode dizer que é livre para tomar o sorvete que quiser
se conhecer apenas o sabor limão".
(Gilberto Diemnstein)
O aluno da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em geral, é um estudante que não pôde estudar regularmente, pela necessidade de ter que se dedicar ao trabalho desde cedo ou por não ter tido o acesso à educação onde vivia. Em geral pessoas maduras, vindas do interior ou inseridas no contexto da periferia sofrendo toda sorte de marginalização. Nem sempre a informação chega a este público, ou não chega com a clareza necessária, o que faz não tomar parte de direitos e oportunidades pelo simples fato de desconhecer ou não compreender. A Escola, numa tentativa de reparar e cumprir com seu papel cidadão, oferece então uma oportunidade em que os estudantes poderão tirar suas dúvidas e adquirir informações sobre o mercado de trabalho e a educação em nível superior. Neste sentido foi pensado uma série de oficinas que auxiliem o alunado em questões como postura em entrevistas de emprego, montagem de currículo, orientações da vida acadêmica e profissional como um todo.
O aluno da EJA é muitas vezes desmotivado pelas dificuldades da vida, o que faz ocorrer também uma crise de auto-estima que o faz pensar que sua vida não poderá melhorar. De modo que o "sonho" e direito de ter uma vida melhor ficam embaçados por esta fumaça de dúvidas e falta de informação. Cabe ao professor da Escola Pública fomentar a esperança em dias melhores e principalmente dar informações verdadeiramente úteis que possa ajudar o aluno na vida profissional de forma prática.
Nas oficinas ocorridas no dia 10 de Junho, coube a equipe do PIBID esclarecer as dúvidas sobre o "mundo" acadêmico. Para nossa surpresa, um considerável número de estudantes se inscreveu na oficina que foi muito proveitosa para os alunos e não menos importante para a equipe PIBID que pôde tomar parte desta realidade do trabalho e estudo do Jovem e Adulto da periferia.
Do muito que foi dito, as principais informações e dúvidas eram sobre o ENEM, SISU, PROUNI, cotas, diferenciações entre licenciatura x bacharelado, cursos técnicos, entre outras... Podemos perceber que a principal questão para o jovem desejoso de iniciar os estudos superiores é justamente a questão: Como entrar na universidade? No entanto, as informações são confusas, chegam distorcidas e acabam construindo um "monstro" desanimador transformando a entrada na universidade praticamente num "tabu" sem exageros do termo, para o jovem da EJA. Sem mencionar alunos que por preconceito acham estar "maduros" demais, ou que é tarde para ingressarem num curso superior. Mesmo assim muitos ainda sonham em ser "alguém na vida" por meio da graduação ou licenciatura de algum curso superior.
Por fim, é necessário superação! Palavra tão pronunciada pelo bolsista Davi que procurou em sua fala motivar os jovens e adultos que sonham com sua entrada na universidade e se preparam para o ENEM. O professor ou a Escola como um todo, pode e muito fazer para ajudar o aluno a se entusiasmar pela vida acadêmica. Desde atividades interdisciplinares até passeios às instituições de ensino superior. Para muita gente, passar no vestibular ainda significa prenúncio de uma vida melhor. Que os nossos estudantes não só ingressem na universidade, mas, tenham também condições para bem usufruírem de tudo que a acadêmia possa oferecer!
Thiago Felipe Lima da Mata
Bolsista do PIBID-UFBA
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