Pensando o Ensino de Filosofia:metodologias, diálogos e soluções.

O Segundo Congresso Latinomericano de Filosofia da Educação foi realizado na Universidad de la Republica na cidade de Montevidéu – Uruguai, entre os dias 21, 22 e 23 de março de 201.3

Como podemos compreender pelo próprio título do evento, o debate gira em torno do ensino de Filosofia em todas as esferas em que esta modalidade se insere na America Latina, ou seja, os debates se estendem desde filosofia para crianças até às abordagens na pós-graduação.

O congresso teve como proposta a viabilidade de um espaço onde se dialogue sobre metodologias, problemas, soluções, pesquisas e políticas e relacionados ao ensino de Filosofia.

No que diz respeito ao estudante da graduação, principalmente àqueles inseridos em um programa no modelo do PIBID, este espaço se transforma em um celeiro para aprendizagem e reflexão sobre o ensino, sobre o espaço escolar e sobre a nossa futura profissão. As dificuldades que encontramos no dia a dia da escola, na implementação de nossos projetos, na prática pedagógica e no pensar em o que e como ensinar filosofia podem ficar bastante minimizadas após transitarmos por este ambiente.

Palestras como a do professor Enrique Puchet, professor emérito da Universidad de la Republica – Montevideo, que apresenta a Filosofia como cuidado de si e conhecimento de si, cuidado e conhecimentos traduzidos por reflexões e exercícios filosóficos sobre vários aspectos e problemas da vida, são palestras enriquecedoras e ao mesmo tempo propulsora de questionamentos e ideias.

Podemos citar também o brasileiro Silvio Gallo, professor da Unicamp, que traz uma proposta de ensino de filosofia na educação básica através do estudo de caso. Esse modelo apresenta aspectos interessantes no contexto da construção filosófica, onde podemos trabalhar com perspectivas do cotidiano, extratos da historia da filosofia, como por exemplo, algo interessante da vida de Thales, de Sócrates, de Kant e etc., e debate ao modo da construção e argumentação filosófica, donde podemos tanto analisar conceitos, como também construir novos conceitos. Este modelo não se perde em espontaneísmos, pois se atrela a uma aula rigorosamente planejada e com objetivos específicos a serem construídos. Requer também uma excelente qualificação e domínio do conteúdo filosófico pelo professor para que não venhamos a nos perder na fluidade do cotidiano e sim nos ater às competências necessárias ao desenvolvimento do estudante.

Outra palestra muito interessante foi a do professor argentino Walter Kohan, lotado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que tem sua pesquisa voltada para a filosofia na infância. Uma das frases importantes de sua apresentação e que realmente apresenta um teor construtivo e iniciativo de uma filosofia para criança e aquela que diz que “a didática de uma filosofia para criança tem que priorizar o encantamento”. O que é o encantamento senão o principal e iniciativo pressuposto da investigação filosófica?

Prof.Doutor Walter Kohan.

Nesta medida, não podemos registrar aqui toda a grandeza do que aprendemos neste ambiente de congresso composto de tanta heterogeneidade, onde estudantes da graduação, pós-graduação e professores graduados e pos graduados se encontram para dialogar e trocar conhecimento. Nossa apresentação se deu em um espaço onde nós éramos as únicas estudantes da graduação, todos os outros eram professores doutores e estudantes do doutorado, o que, segundo o próprio público presente veio a enriquecer o debate. Nosso trabalho intitulado Gestão de política publica no Brasil: o PIBID e o ensino de Filosofia é fruto de um estudo que estamos desenvolvendo sobre a gestão e implementação de política pública em educação no Brasil, pesquisa ainda em andamento e que a cada dia tem encontrado subsídios somatórios ao seu desenvolvimento.

Vera Lúcia Santos Mutti Malaquias e Suzane dos Santos Lopes