24 de mar. de 2011

Na frente lê-se “Escola”

Falta rumo, sumo,

ou reação?

A dor da ferida

nada seria sem a vida

de todo o mar rubro derramado

explodindo de exclamação.

No tablado envelhecido,

a maçã apodrece sobre a mesa

– Ódio ao bicho é merecido

por não tê-la permitido ser a mesma?

Fala rumo, sumo, reação!

Só não ponha no bom-senso do outro

o teu senso de direção.

Onde ocorre o imprevisto

é que se corre do real?

Nenhuma teoria se basta;

resposta é um bem natural.

Não me importa a vã decência

ou o traje pelo qual se porta

frente a juiz, João ou papa;

me interessa o meu gesto, feito presto,

com ou sem ofensa, mas de honra intata.

"Faz por parecer!

O que um dos olhos não vê

os outros consentem!"

Dizia, um dia, a voz vizinha mais bastarda,

hoje na classe de recuperação.

E recupera-se de um tudo:

lápis, livro, lei, larva e lição.

Só não se recupera o coração mudo

e, diante de tanto estudo,

assim não poderia ser o meu. Às mãos...

À obra!

Paulo Ferreira Diniz (16/03/2011)

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